Nova Serrana completará no dia 1º de janeiro 64 anos de emancipação política. Para os moradores um dos principais motivos de orgulho é a geração de emprego e renda. A cidade desponta no cenário nacional com uma economia expressiva baseada no setor calçadista e em decorrência disso, há a forte presença da migração de pessoas de diversas partes do Brasil, que saem de suas cidades em busca de melhores oportunidades.
Por diversas vezes o segmento colocou a cidade na contramão da crise. Mesmo diante do mau desempenho dos principais indicadores da economia, Nova Serrana se destaca no cenário econômico como a cidade que mais gerou empregos na indústria de transformação em 2016, no Centro-Oeste do estado, como apontam dados Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
E não por caso, o setor foi o que marcou Nova Serrana desde o início de sua fundação, como relata o historiador Reginaldo Silva. “De forma não surpreendente a cidade cresceu e se desenvolveu com base no setor de calçados. Temos notícias de tropas que passavam pela cidade e paravam para consertar os sapatos dos tropeiros. A cidade era conhecida como Cercado, nome dado talvez, pela região de montanhas e só mais tarde passou a se chamar Nova Serrana”, lembrou.
O primeiro registro de fábrica na cidade, como conta o historiador é de 1941. Na época ainda não havia energia elétrica na região e todo trabalho era manual. "Apenas em 1969, com a chegada da autarquia de energia elétrica na cidade é que entraram em atividade as primeiras máquinas. Na mesma época foi inaugurada a BR-262. Um verdadeiro marco para o crescimento da indústria de Nova Serrana. O setor é também o responsável por atrair tantos migrantes. Estima-se que 70% da população seja de outros municípios do estado ou do país", destacou.
Polo calçadista
Nova Serrana, tem 92.332 habitantes, segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município é referência na produção de calçados para venda nacional e internacional. O Sindinova estima que o segmento gere mais de 20 mil postos de trabalho diretos e outros 21 mil indiretos no polo.
Emprego e Renda
De acordo com o último levantamento do Caged, realizado em novembro de 2016, foram contabilizadas 15.163 novas vagas e o principal responsável foi o ramo de calçados.
Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes, há algumas características especiais para a cidade contabilize taxas positivas de desempenho na geração de emprego e renda. Uma delas é que a maioria das 800 empresas calçadistas são de pequeno porte, e por sua vez, não sofrem impactos significativos em momentos de recessão.
“Essa é uma característica especial pois essas empresas pequenas têm muita agilidade industrial e comercial. Nas épocas de crise como a que vem sendo registrada desde 2015, elas se superam diante de empresas maiores que acabam caindo diante de um mercado que não responde à altura de sua produção”, comentou.
Pedro destaca que a boa colocação do município diz respeito ao empenho de empresários locais que acreditam no potencial produtivo do mercado e atuam juntamente com o sindicato
“Em três anos saímos da posição de uma cidade que fabricava apenas produtos esportivos como os tênis e chuteiras para uma cidade onde hoje 70% da produção diz respeito a produtos femininos”.
Centro de Promoção de Negócios
Um exemplo de investimento e visão de futuro é o Centro de Promoção de Negócios, inaugurado no dia 13 de junho de 2016. Trata-se de um espaço com seis salas equipadas com o que há de mais moderno, segundo Pedro. A intenção é que seja ampliada a capacidade de negociação das empresas. “São salas muito bem estruturadas para que os lojistas de todo Brasil sejam bem atendidos”, explicou
Ainda dentro do módulo investimento, Nova Serrana caminha para aumentar o ritmo de exportação que este ano chegou a 3%. O número ainda é tímido perto do potencial produtivo da cidade, que hoje vende para todo país. “Há uma preocupação quanto ao preparo contínuo de empresários e mão de obra. Acredito que ainda haverá um crescimento expressivo quanto à exportação que atualmente ainda não favorece o cenário. Mas isso é questão de tempo. Ganhamos espaço no país, ganhamos espaço em Minas Gerais e no Centro-Oeste Mineiro com a valorização do nosso produto”, finalizou Pedro Gomes.
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